3 de nov. de 2013

Sunday Bloody Sunday, novamente a violência da era da carrocracia!

Já que sempre se fala da Porto Alegre na contra-mão, eis ai meu relato deste domingão, mas para Sunday bloody...
Cedito sai de busão pra dar um treininho, junto dos corredores da corrida das 8 da manhã, com largada na frente do Shopping Barra Sul. Só que ao descer prá apanhar outro bus no final da av. ipiranga, o céu desabou!
Paciência!

To em casa louca prá correr e a previsão no jornal de papel tinha me dado indícios que o domingo seria de chuva forte, mas não foi! A previsão apenas colocou como chuva com 90% de chance, mas não falou em quantos milímetros, dai deu um pancadão e parou total! Mas, foi só prá abafar mais mesmo. Azar de quem foi como eu ingênuo, e não se ligou nos detalhes mais que importantes e não foi consultar neste dia a previsão da internet que sempre tem mais informações.

Voltei pro berço! Arrasada!
Acordei com aquela vontade de curtir ao menos um pouco o domingão. Pensei e olhei o tempo novamente lá fora e tinha o mesmo vento persistente de vários dias consecutivos. Que fazer se quero correr! É muito simples prá mim basta um shortinho, camiseta mais um tênis, boné e vamos pra rua. Tinha visto da minha janela um homem passar na calçada correndo bem, e na hora foi só! E por isso me inspirei de fato prá então sair. Fui prá rua lá pelas 13h e o vento na cara não deu uma treguinha sequer. Pensei de treinar um longão, mas não tinha bem como saber de quantos km se fazaia o meu trajeto quando eu já estava a caminho do CETE, que tem a pista no bairro Menino Deus que abrigou por duas semanas, o Mundial Master de Atletismo, entre outros locais na capital. como uma amiga corredora apelidou o local de "Manto Sagrado", por terem corrido ali os mais feras do mundo do atletismo master na atualidade.

No caminho muitos pensamentos se cristalizavam chegando a me enlouquecer por ter em mãos uma máquina de escrever, papel, ou um lap top que fosse, já que correndo eu observava o mundo das ruas com seus muitos carros, o mundo dos atletas e ciclistas em sua maioria que praticam de fim de semana,e o outro lado era o de dentro do Arroio dilúvio. Incrivelmente observei dezenas de animais lá dentro que iam de tartarugas de vários tamanhos até passáros grandes e exóticos, e o mais incrível alguns cardumes de peixes de porte médio a grande! E dentro das águas e nas encostas, lixo e mais lixo. Pensava em como eles podiam suportar viver ali em meio aquilo que os homens ditos normais, politizados e passeando com suas criancinhas conseguiam não ver, nessa iminência de destruição que está vindo e vindo, até não ter mais como a terra suportar!

Olhei, também como entre os pássaros haviam alguns pequieninos que conheço como xupim. Deste pensamento relembrei algumas gurias e guris que conheci aqui praticando ciclismo, onde ao se iniciarem no esporte se achegaram a mim como se vissem uma mãe e comigo aprendessem oque lhes faria ter forças para se enturmarem com os que já tem uma estrutura confortavel. Por fim, com essas imagens dos xupins sendo cuidados até saberem se virar me veio a mente enquanto corria, mas foram aos poucos se dissipando. Eu estava saindo "das margens da ipiranga", finalmente Liberdade!

Passei na frente do CETE e senti uma certa saudade e amargura por ter chovido tanto nos dias das principais provas do master e, eu estar tão atacada de rinite, ou sinusite ou bronquite (ou, só pela quantidade de poeira com sujeira que o vento espalha nesta época do ano)por isso que só consegui acompanhar mesmo o último dia que teve as provas de 4x400 e 100x400m! Mas, assim mesmo foi perfeito!

Agora de volta para casa o sol está mais forte e o vento continua seguindo-me!
Hoje como faço raramente parei de correr uma quadra antes de casa, mas ao cruzar pela esquina de casa me deparo com um gatinho morto no meio da via! Chego perto chocada e triste ao ver que foi atingido na cabecinha, já que tinha muito sangue ali. Era um gatinho com aparência de caseiro, pois além de pelagem longuinha ele tinha uma linda coleirinha no pescoço. Arrrastei seu corpo próximo da sargeta da calçada, mas logo percebi que se o deixasse ali, logo algum dos muitops carros que diariamente ali estacionam iriam esmagá-lo mais. Olhei procurando alguma coisa de suporte para tirá-lo para a calçada e não foi difícil encontrar restos de pratos de isopor e pedaços de papelão espalhados. Chamei uma guria que passava pela avenida neste momento a fim de que me auxiliasse nessa função terrível de mexer naquele corpo inerte que deve sabe-se lá ter morrida sozinho e com os carros continuando a ignorá-lo! A guria veio meio desconfiada e antes que ela pudesse fazer algo eu coloquei o gato na calçada!

Não pude deixar de comentar com ela que aquela pequena rua se transformou em estacionamento de carros nos dois lados. Também que os carros que vem da via peincipal sempre saem por ali, muitos em altas velocidades. Existe agora duas placas na calçada da esquerda que dizem que ali naquele local da placa de frente a um condomínio não pode estacionar, isso descobri mais tarde que deve-se ao fato de uma moradora ter um filho deficiente, então a placa serve para que quando ela carregá-lo pra dentro do taxi ao ter que sair de casa.

Procurei em vários locais pelas ruas atrás de onde moro para tentar localizar o dono deste gatinho, mas nada consegui! Me admiro muito de alguém que tinha um lindo gatinho como ele não notar sua ausência por tantas horas!
Estou indignada
por todos os motivos que citei ao longo do meu texto!




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