18 de set. de 2008

Oigalê


Respondo ao belo relato do biker/gaudério Daniel:-
Era sábado, 14/09, de manhã, umas 10h10, que é o horário do meu lazer cinéfilo. O sol finalmente voltou a brilhar sobre o céu, sol, sul... Saio cheirosinha do banho, e pego minha amiga fiel e companheira de todas causas. Tô me abrindo fora, e vem, aquela montoeira de gaudérios a galope pela avenida, empunhando lindamente a "Chama Crioula". Senti uma grande alegria, pois eu iria acompanhá-los um trecho, como se fossem minha escolta, por uma via onde moro desde que aqui cheguei, e que já me acidentei e quase morri encima de uma bike, outrora. Estive por alguns kilômetros sentindo a honra de estar acompanhado "o pelotão mais significativo que encontrei", ou melhor que nos encontramos!
[Saudações de uma paulistana que ama todas tradições]S pedalísticos.
Mas bah tchê!
Mazáaa xiruzada! Meu relato não é tão bonito e correto quanto os dos amigos aí letrados e nem tão longo... xiru pampeno mal aprende a ler e escrever. Mas bueno, vamo que vamo: Me aprontava pra roncar e dormir tranquilito no frio do sábado, quando o compadre Marcelo Tubbarão me chama no tal de emêcene: - Tchê, qual o farrancho pra domingueira??
- Vou dar uma gauderiada pros lados de Novo Hamburgo...
- Mas isso é empreitada pra guri pequeno... bora lá pras banda de Pinhal?
- Oigalê! É uma indiada das grande essa, mas bora então encarar a friagem. De manhã cedito o galo canta, eu pulo dos pelego, jogo uma água no lombo, visto a pilcha e já ajeito um forra bucho loco de bueno. Por volta de 7:15, ensilhei minha potranca e toquei rumo, despacito no más, pros lado de Viamão. Encontrei o compadre Marcelo na RS-40 lá pelas 7:45, mas acabamos voltando pro rincão dele, buscar um forra bucho pra viagem. As 8:30 tocamos carrera pra ver o tal de atlântico que tanto falam... Compadre tava com uma égua cancheira amarelada, muy vistosa, de casco grande e ferradura de luxo (uma tal de shimano R500 700x23). Eu me fui com minha égua preta... é um bicho novo, mas já tá loca de obediente. É uma mesclada, cruza de cancheiro com crioulo. Um eito menor que a égua do compadre e tem casco pequeno (26x1.0), mas é bem solta das patas. E así, os dois taitas galopando rápido igual trovão, com uma ventania fria de renguear cusco soprando no lombo. Después de 3 horas, chegamos na tal de Pinhal. Mas tchê, que água marrom, até parece o açude lá da fazenda. Achamos um tal de Bolicho da Gabriela e se empanzinamo comendo. Os xirius até pareciam guaipeca de rua. Uma sestiada pra acalmar o bucho e voltamos a cavalgar estrada a fora. Procuramos um tal de chimarrãorade pra dar pras égua reporem os ditos sais minerais, mas naquelas banda não tinha dessas coisas não. Já que é assim, bora pra estrada tchê! Oigalê que ventania das braba nessa rodovia! O mesmo trajeto levou 5 horas e meia. Éguinha coitada mal conseguia vencer aquele minuano bagual. O frio fazia gaudério e potranca tremerem. No final do trecho da volta, já cansado, resolvi tentar um atalho pra chegar no meu rincão. Acabei me perdendo e gastei uns 3km de graça, mas pouco antes do sol rumar lá pro tal de Pacífico e después de 221km, consegui chegar no meu pago, botei a chaleira no fogão a lenha e tomei um banho pra lá de bom. A cavalgada foi buenacho, mas aquele chão judia por demais dos casco dessas potrancas...
Tirei uns retratos da gauderiada que tão lá no yogurte.